As agressões não são sempre físicas ou visíveis. Há crianças que são maltratadas apenas por palavras, há outras que levam enormes tareias e outras que são abusadas sexualmente pelos próprios pais.
“A vida familiar é a nossa primeira escola de aprendizagem emocional”.
Goleman, 1995
A família devia ser aquelas pessoas que nos protegem de tudo, ou quando não podem proteger que pelo menos estejam lá para nos dar a mão e ajudar-nos a levantar.
Se uma criança é maltratada pelos próprios protectores, onde é que ela vai buscar segurança?
Uma criança que não se sente segura, que não tem apoio e vive constantemente com medo não consegue crescer em harmonia, e sozinha não vai conseguir tornar-se numa pessoa equilibrada.
As crianças que são vítimas ficam com traumas e precisam de ajuda de profissionais para ultrapassarem, mas mesmo com essa ajuda nunca conseguirão ter uma vida normal porque o passado não se esquece. Haverá sempre medo do que possa acontecer, de que o passado volte ou que lhes volte a acontecer o mesmo. Mesmo que seja impossível a violência por parte dos pais, o medo de que isso aconteça por parte do/a companheiro/a mantém-se.
Há pequenos sinais que podem ser detectados nas crianças.
Certas crianças são tímidas, mas quando uma criança já teve tempo suficiente para confiar noutra e mesmo assim não consegue confiar nem brincar à vontade é porque não é só timidez.
As crianças caiem e aleijam-se, mas quando as crianças aparecem com marcas no corpo constantemente e a criança não diz ou atrapalha-se a contar o que aconteceu é porque não é só quedas.
É só vermos bem o que se passa à nossa volta e pensarmos se será tudo normal no que vemos. E se algo não está bem, não custa falarmos deste tema com os próprios pais. Não podemos esperar que os pais assumam, isso nunca vai acontecer. Temos de falar de forma a dar a conhecer o tema ou apenas abordá-lo como outro assunto qualquer.
Se os pais não mudarem de atitude, então temos de dar o conhecimento do caso às autoridades para estas estarem atentas e verem realmente o que se passa naquele seio familiar.
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