sexta-feira, 23 de maio de 2014

Descarregar nos filhos

Hoje fiquei parva com uma situação.
Quando um menino ia a sair de um treino de futebol com a mãe, começou a chover. O menino perguntou à mãe onde ela tinha deixado o carro, e a mãe disse que lá em cima. A resposta do menino foi "A sério? Podias ter deixado ali" e apontou para uma zona de estacionamento ao pé de um prédio que é muito mais perto.
A reação da mãe foi, no mínimo, vergonhosa. A mãe começou a perguntar quase aos gritos "Achas que eu ia pôr ali o carro, ó parvalhão? Aquilo não é estrada, ó meu grande parvalhão" e a dar chapadas na cabeça do miúdo.
Mas qual é a idéia destes pais?! O dia corre mal e os filhos é que levam com as culpas? O menino nem disse nada de mal era logo preciso aquilo? É que nem foi propriamente devagar e sem força, até porque assim que ele sentiu a primeira tentou fugir e a mãe foi atrás dele a continuar a dar-lhe.

Neste caso, a atitude da mãe era completamente desnecessária. Só mostrou que descarrega os problemas todos que tem em cima do filho.
E mesmo que tivesse razão, não é com tareia que se resolve as coisas, muito menos aos gritos. No que toca a bebés/crianças/pré-adolescentes as coisas têm de ser resolvidas com calma. Se nós estivermos nervosos, eles apercebem-se e ficam piores.
Os bebés e as crianças ficam inseguras se nós estivermos nervosos ou inseguros, nós somos o porto seguro deles por isso não podemos deixar transparecer tanta raiva. Os pré-adolescentes por si só já têm as hormonas a dar cabo deles, não precisam de alguém que aparentemente esteja pior que eles e muito menos que os envergonhem daquela maneira em plena rua à frente dos amigos. (Sim, leva tareia dos pais à frente dos amigos por algo que não fizeram é vergonhoso. Tentem lembrar-se de quando tinham a idade deles para tentarem compreendê-los melhor.)

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