sábado, 17 de maio de 2014

Um menino queimado e o tribunal não muda nada

No outro dia, uma senhora ao falar comigo contou-me uma coisa que aconteceu ao filho dela de 8 anos que me deixou um pouco mais insegura em relação à justiça deste país.
A senhora e o ex-marido estão divorciados desde o Verão, e o menino vai para casa do pai e da namorada do pai passar o fim de semana de 15 em 15 dias, como acontece em muitos casos e é uma situação normal.
Em Novembro o menino estava a fazer vapores em casa do pai, a panela com a água a ferver estava em cima de uma mesa bamba ao lado do miúdo. Como é de prever, isso não é muito seguro de se fazer.
O que sucedeu foi a panela cair e a água entornar para cima dele e queimar-lhe tudo da cintura para baixo.
O pai foi obrigado a contar tudo ao assistente social.
O menino ficou internado no hospital 1 mês e meio, e o pai nem uma visita foi fazer ao filho (mesmo aquilo tendo acontecido em sua casa).
São coisas que acontecem sim, mas com crianças todo o cuidado é pouco. E ter posto uma panela com água a ferver em cima de uma mesa assim é no mínimo irresponsabilidade (só para não dizer negligência visto que o menino estava mesmo ao lado).
E o que me choca na justiça é não ter alterado nada. Não estou a dizer para o menino não ver nem estar com o pai, mas pelo menos nos primeiros tempo, enquanto não mostrasse responsabilidade, as visitas serem supervisionadas por um profissional ou até mesmo pela mãe. E não era preciso estar em cima deles, bastava o pai estar num parque com o filho e a mãe supervisionar de longe sem se meter.
Este é um dos casos que eu fico a pensar "E se fosse comigo e com o meu filho? Será que fazia algo? Será que obrigava o tribunal a fazer algo?". Não sei como reagiria naquele momento, mas algo que sei é que não ia ficar só a ver e, nem que tivesse de pagar ao melhor advogado do país, o pai ia ter alguma forma de castigo para a irresponsabilidade que teve.

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